A Arte do Silêncio.
O aquietar-se e, no mais profundo silêncio, ouvir o som do Universo, a dança do mundo, a respiração da Mãe Terra, a sinfonia do inaudível.
Palavras.
Palavras ditas, escritas, desenhadas em ideogramas.
Palavras são a forma que o espírito encontra para externar o que vai na mente humana. Mas palavras jamais traduzem fielmente pensamentos.
Pensamentos tem forma, cor, intensidade, nuances, intenções.
Palavras são estáticas, limitadas, a letra morta lutando desesperadamente para que uma mente leia, ouça e compreenda outra mente.
Palavras são perigosas. Possui cada uma dezenas de significados.
São perigosas porque nem sempre traduzem o que vai na mente.
Percebo hoje que mesmo o silêncio que não possui a nobreza da Arte do Silêncio, é infinitamente mais eloquente do que mil palavras.
Percebo que há mais no silêncio do que nas palavras.
O silêncio do comum, a palavra não dita, o lapso de memória.
O lapso de não dizer a palavra certa na hora apropriada.
Esse lapso de silêncio é também precioso.
Aprendi que é na palavra não dita que se encontram fragmentos de verdade.
O momento em que a mente escorrega e a boca se cala é semelhante a palavra errada dita no momento errado.
Fácil é falar.
Difícil é perceber quando se cala no momento que seria da palavra .
Mas, mesmo no momento errado, o silêncio inadvertido é precioso porque, se soubermos escutar esse silêncio, estaremos nos aproximando da verdade.
Não é esse silêncio que nos permite ouvir o coração da Terra ou a voz do espírito.
Mas é nesse silêncio que percebemos, sem o alarde da palavra mal dita, a profunda verdade de cada ser.
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