quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Cinzentos


Caminhava descalça
Sem destino a percorrer
Apenas o medo se apoderava de mim
Escuridão nos jardins do Paraíso
Mentiras nos campos do Inferno.
Eu não sabia nada.
Estava sozinha nesta noite de pesadelo
Gritava na minha mente
Chorava no poço de mim.
Mas nada havia ali.
A minha voz torna-se um murmúrio seco
A minha alma um flor murcha.
Queria fugir
Mas não havia caminho.
As imaginárias trevas cercavam-me
Num lugar que eu sei que não existia.
Corri para mim
O meu reflexo no meio do nada
Este chorava sem parar
E eu não o conseguia acalmar.
Por fim deixei-me nas cinzas
Nada havia a descobrir.

Um corvo passou por mim

E ensinou-me a morrer sem dor

Acho que os Deuses andam testando minha fé.